Eu Nada Seria
 
Ainda que eu descrevesse em rimas certas, com as métricas mais esmeradas e sinceras, sem o ardor que vez em quando invade a alma, sem te fazer crer no mais pleno dia, decerto mesmo assim eu nada seria;

E ainda que eu adentrasse no íntimo de tua doce e singela alma, mesmo sem encontrar as palavras mais que sinceras perfilhadas em papel e tinta, se eu não despertasse teu sorrir seria tal qual o ouro que não cintila, o sol que não anuncia o alvorecer de mais um novo dia, a prata que corrói, o aço que se destrói, eu nada seria;

Ainda que eu entendesse de profecias, de práticas milenares ou fizesse alquimia, se tuas lágrimas insistentes não cessassem, se eu não despertasse em ti o acreditar no futuro com alegria, dessa forma eu nada seria;

E ainda que eu compusesse a mais bela melodia, as mais sinceras estrofes, e escrevesse poesia, sem o brilho em teus olhos a acreditar que tudo se renova, e que a esperança permitirá o silêncio das insanas agonias, eu insistentemente nada seria;

Ainda que as palavras soassem a mais intensa alegria, mesmo que em teu peito eu fizesse minha mais que certa moradia, até se os anjos falassem, sem despertar em nós o amor nada permaneceria;

O amor é luz que inebria os cansados dias, a fé lâmina sincera a espreita de melhores sinas, o amor é, o amor se refaz, sentimento nobre e audaz, sem ele de nada valeria as palavras mais coesas,sem ele eu nada seria,e nem tampouco você.

Dedico esta poesia a um ser de outras galáxias que é só doçura e candura,minha querida Dayane!
O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas)
Enviado por O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas) em 06/05/2017
Reeditado em 04/06/2017
Código do texto: T5991299
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