QUE PENA!
Que pena!
A pena é verde.
Que triste cena
é morrer de sede!
A dois passos do rio,
faminta e perdida,
numa noite de frio,
maltrapilha como bandida.
Quem na vida teve tudo:
mesa farta e riquezas,
com diploma de estudos,
morrendo na pobreza.
Que pena querida,
encontrá-la hoje assim,
nesta triste vida,
sem ter você pra mim!
Você a isto escolheu,
preferindo me abandonar,
ferindo o coração meu,
que sempre quis lhe amar.
Nova Senna (MG), 10 de abril de 1987.