AMOR CASMURRO

Eu Fecho os meus olhos,

E vejo pelas janelas do meu passado,

A tua imagem dentro de minha alma casmurra e sem "Dom",

Chorosa e solitária de saudades de ti...

E sou perseguido por sua lembrança fantasmagóricas,

A atormentar-me por todos estes anos a fio, recheados de lembranças,

Pelas decisões não tomadas e a tanto lamentadas, pranteadas no escuro, no escuro, mudo, mudo,

Mas que jamais, jamais, poderão ser remediadas... emendadas...

Carregar um amor por mais de um quartel de século, pesa, pesa,

Sangrar voluntaria e silenciosamente por amor, ama, ama, geme, geme,

Cultuar a pessoa amada dia e noite e velar-lhe o sono, insônia, insônia,

Ainda que esquecido, ainda que totalmente ignorado... Ah, isolado... Isolado...

Santificado apenas pela convicção cega do maior e mais puro amor,

Que é capaz de viver eternamente nos versos que a ti dedico,

Que vagueia nos jardins de rosas negras e frias alumiadas apenas pelos raios de luar da lua de sangue, belos apenas, e tão somente apenas, a duras penas...