Soneto à paixão
Bicho do mato, voraz dentro da gente
Danado, persistente, doido e alucinado.
Este bichim as vezes monstro voado
Se faz de vítima, nunca está contente.
É como doença mau cuidada,
Ferida que lateja em nosso peito,
Pois parece inocente a coitada
Mas não mede tamanho, está feito.
O cabra apaixonado é triste mesmo
Persiste até quando não dar, ele não vê
O dano por dentro da alma padecida
Pelo próprio veneno de amar sem medida,
Paixão mal do ser humano a esmo,
Pecado de muitos, assim como eu e você.