Da cor da vida

Naquela tarde, Jean Carlos, após o trabalho
Olhou e viu o céu muito escuro.
Ouviu forte retumbar de trovão

Impacientes à chegada do temporal
Tremulavam as folhas...
Gotas caiam na poeira
Avisando que melhor era se abrigar.

Casa pequena, nos cantos
Violão, guitarras e violino
Piano de meia cauda
Viola e uma flauta...
Era o mundo ancestral de Jean Carlos

Forte estrondo de trovão
A chuva escorria na vidraça
Fascínio para o seu olhar
E chicote para o coração.
Para o qual o barulho era sinfonia

De súbito calaram-se os ventos
Nuvens escuras se dissiparam
Sobre o piano a sonata inacabada
Jean Carlos dormia
E as estrelas sorriam até o novo amanhecer.