Sede
"...Hoje quero que ponha na minha boca, o meu melhor sorriso e verta de mim tudo que seja lascivo.
Quero minha tremula carne desejosa pelos seus apertos, amassos.
Escutar seu sussurro a implorar meu calor molhado, meu orvalhar gozoso.
Ver no seu travesso sorriso, a sede dos náufragos e sentir na sua língua a palavra não dita.
Quero que atice nas minhas entranhas a ardente brasa, que aquece meus frios banhos nas noites sem prazer.
Quero-te perdido menino entre minhas coxas e provocar seu vulcão no serpentear das minhas pernas.
Ter você como tapete e sentada em ti, sobrevoar o meu íntimo universo.
Quero ver impressas na sua carne as marcas das minhas unhas, meu batom espalhado em sua cara e num grito selar nosso destino.
Depois, entregues ao silêncio do pulsar dos nossos corpos, apenas as batidas dos nossos corações ecoam no ambiente, em meio as nossas roupas no chão da sala..."
( "Sede", by Carlos Ventura)