PORTA ENTRE ABERTA

Tantas vezes lhe deixei partir,

Fiquei quieta em meu silêncio,

Achei melhor que saísse

E que eu não insistisse.

Mas esqueci de fechar a porta,

E por aquela fresta lhe olhava,

Com saudades eu ficava,

Mas achei melhor assim.

Não acreditei que voltava,

Não chorei,

Não gritei apenas olhei.

Lembrei-me dos melhores momentos,

Suspirei, sorri e logo pensei:

Foi bom, mas passou...

E deixei partir.

Com o passar de certo tempo,

Já estava me acostumando,

Escuto sua voz de repente,

Olho para a porta e me dou conta,

Que a deixei entre aberta.

Foi através daquela fresta,

Que de repente vejo seu rosto,

Respondo sem nenhuma espera.

Não lhe pergunto nada e deixo que invada,

Novamente a minha casa.

Lá estou eu,

Ouvindo as mesmas histórias,

Que ainda guardo na memória,

Dentro daquela casa,

Cuja porta não fechei.

Marlene Rayo de Sol
Enviado por Marlene Rayo de Sol em 20/04/2017
Reeditado em 20/04/2017
Código do texto: T5976492
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