PORTA ENTRE ABERTA
Tantas vezes lhe deixei partir,
Fiquei quieta em meu silêncio,
Achei melhor que saísse
E que eu não insistisse.
Mas esqueci de fechar a porta,
E por aquela fresta lhe olhava,
Com saudades eu ficava,
Mas achei melhor assim.
Não acreditei que voltava,
Não chorei,
Não gritei apenas olhei.
Lembrei-me dos melhores momentos,
Suspirei, sorri e logo pensei:
Foi bom, mas passou...
E deixei partir.
Com o passar de certo tempo,
Já estava me acostumando,
Escuto sua voz de repente,
Olho para a porta e me dou conta,
Que a deixei entre aberta.
Foi através daquela fresta,
Que de repente vejo seu rosto,
Respondo sem nenhuma espera.
Não lhe pergunto nada e deixo que invada,
Novamente a minha casa.
Lá estou eu,
Ouvindo as mesmas histórias,
Que ainda guardo na memória,
Dentro daquela casa,
Cuja porta não fechei.