Sílex

Estou num mar de pedras

silencioso.

Ao longe, rosna o tempo fundamental

como cão de fila no desespero das ausências.

Escondo-me do teu olhar e tenho palavras

que desconheço.

De amor não sei.

Vivo como se eu fosse do teu corpo

a melodia, o âmago da noite, a explosão.

No fim somos nós a morte

num quieto mar de pedras.

Edgardo Xavier
Enviado por Edgardo Xavier em 19/04/2017
Código do texto: T5974873
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