O CAMINHO
Eu sou o caminho...
Uma pequena faixa de terreno esquecido,
por onde, conduzirei com segurança,
seus passos indecisos pela vida.
Tenho grandes e agradáveis surpresas,
para lhe mostrar com alegria,
durante todo o meu percurso.
Retas tranquilas e curvas apertadas,
por meus braços carentes.
Lombadas desejosas,
que lhe esfriaram a espinha.
Subidas triunfantes, sem derrapagens,
que te levaram aos píncaros.
Algumas descidas não tão declináveis,
para que você possa refletir um pouco,
sobre minha importância em sua vida.
Em uma de minhas margens,
trago lhe vastos campos e planícies,
repletos de flores dos mais variados matizes
e as mais puras fragrâcias,
com árvores frondosas, onde você,
poderá abrigar seu belo corpo,
em um descanso aconchegante, acompanhado
de uma bela sinfonia de pássaros.
Um pequeno riacho com águas cristalinas,
para você se banhar e se refrescar,
durante toda sua caminhada.
Em minha outra margem,
trago oculto e somente para você,
toda a imensidão de um amor puro e verdadeiro,
que sempre dediquei somente á você.
Eu sou o caminho...
Você o caminheiro que vem pisar sobre mim,
deixando em cada milímetro de meu percurso,
suas pegadas e suas marcas gravadas,
na poeira do esquecimento em que me encontro,
pelos vários sonhos que ainda não pudemos viver.
Não tenho como desviá-la do meu trajeto,
ou fazer com que você fuja de mim.
Ao mesmo tempo,
em que você me destrói, pisando em mim,
recusando o que de melhor, lhe ofereço,
você me deixa cada vez mais,
com o desejo de ser reconstruído.
Assim dia a dia eu vou sobrevivendo,
entre retas, curvas, lombadas, subidas e descidas.
Pois sou simplesmente um caminho.
Uma pequena faixa de terreno empoeirada,
e esquecida pelo tempo adormecido em seu coração.
Nova Serrana (MG), 13 de julho de 2008.