Menina do Candomblé
 
Preciso deixar de pensar,
Continuamente, sem parar,
Como se fosse uma obsessão.
Fazer algo que me convença,
A não deixar sua presença,
Interferir na minha oração.
 
Vejo-a em quase tudo,
Já não leio, nem estudo,
Minha inspiração está vazia.
Concentrado, vejo você,
É meu pensamento que vê,
Já me faz falta a poesia.
 
Menina do Candomblé,
Por que veio pôr o pé,
Junto ao meu, lá no colchão?
Minha cama não tem dona,
Não faça cara chorona,
Você está tirando meu chão!