Encantares
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Encantares
Percebes o que apenas tu me provocas?
Tu me tornas o lugar comum da loucura;
instigas a pele da minha inspiração.
Torno-me imagens e viagens do que poderemos ser,
para muito além do que já somos.
Tento dimensionar o prazer, o desejo e a vontade...
Computar o imponderável, loucura!
Busco a dimensão do estar a dois, tortura!
O impossível é manter-me indiferente ao teu corpo,
às curvas da tua leviana beleza pueril, contraponto.
Tua sensualidade se reveste de trejeitos,
definindo o teu especial e único
jeito de ser mulher e fêmea
– Encantos complementares que busco eternizar.
Conseguir dosar
o teor de
feminilidade,
meiguice,
ternura,
encantamento.
Quantas conseguem? Poucas!
Conseguir mostrar-se
ao se esconder;
e, de igual modo,
revelar-se na escuridão
do medo.
Quantas conseguem? Poucas!
Busco, na escuridão poética,
descerrar tuas vestes,
revelando o que de mais encantador
um homem pode ter
ao alcance das mãos, pecadoras e trêmulas,
e do corpo pulverizado de vontades:
o teu sexo, a tua aprovação...
A abertura do portal da carne,
em formato de garras e conchas,
com posterior enlaçamento
de corpos sobrepostos.
Quando os teus braços
abraçarem o meu corpo;
e tuas pernas também,
perceberemos que dois corpos
conseguem ser um;
que o prazer carnal
apenas se integraliza plenamente
quando,
anterior ao ato dos corpos,
houve a conquista da alma e do espírito,
pois a carne somente se curva
quando o coração
está em lágrimas de encantamento.
Nijair Araújo Pinto
Iguatu, 15 de abril de 2017.
09h45min
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