Jazz
Com paixão respondo ao teu domínio,
à tua fome de carne, sexo, diferença.
Venho no tumulto, na tempestade,
no rasto das correntes e sou o improvisado jazz
que geme, se abre ao mar e se apaga,
dolente como um suspiro, vaga de cansaço
na imobilidade mágica do fim.
Quando olho estás de novo em guerra
e é som tremendo, fúria de lobos em cio.
Trazes o cheiro, o sabor do excesso,
a raiva do amor aceso, a luta, a ferocidade.
De ti me vem a morte, a vida e a eternidade.
És no meu corpo a única música.