PRIMAVERAS
Por que suas palavras de volta,
Não causam-me espanto?
Por que suas vãs ilações, nada mais dizem?
Por que não surpreendem-me, espantam-me?
Eu esperei por ti vinte e seis anos,
E esperar-te-ei, outros tantos,
Fui de um pedaço de madeira morta,
A carvão... A diamante...
Diamantes lindos e raros,
Porém, nada além de pedras,
Se não houver que os olhe,
Com amor...
Mas, e no senso das coisas verdadeiras?
Quem, afinal, tem o mesmo olhar do início ao final?
Será que tudo, no fundo, não estará sempre igual?
Senão na vida real, ao menos no mundo infinito do poeta?