MEU RICO ITALIANO
Volta-me a lembrança
o dia em que te recusei uma dança.
Foi difícil, confesso!
E, de onde estiveres,
ouve o que te peço.
Como pude fingir ignorar
tanta ternura que havia no teu olhar!
Como pude ser indiferente,
irredutível e prepotente,
desviando o curso da nossa história,
se hoje teu vulto é claro,
ainda me sorrindo, doce memória!
Não passaste simplesmente.
Marcaste um sonho, sempre presente.
Ouso acreditar
que tudo poderia ser diferente.
Se eu tivesse aceito teu convite,
o meu toque em tuas mãos
ter-me-ia denunciado
e teríamos vivido
o que eu julgava ser pecado.
Tudo acabou, no entanto,
sem mesmo haver começado,
com um suave bater de taças
e a rosa que beijaste, emocionado,
e ofertaste a mim...
Terminou mesmo assim.
Tu, buscando novos horizontes...
Eu, no rumo que escolhi
quando de ti fugi.
Meu rico italiano!
Ainda és recordação
e, pelo que fiz a nós,
eu te peço perdão!
SP, 29/09/2005
17:00 horas