Amor sem rimas
Procuro uma forma indolor de ser mulher
Aquietando meus lábios,
Erguendo-me fielmente como o Sol...
Mas sinto-me infinitamente devotada à sede que me veste
O ventre e aos meus anos de paixão,
Como essa nebulosa que me cobre o coração.
Procuro uma forma indolor de ser mulher
Sem morrer por amor,
Pois já morri todos os dias,
Não sobrevivi às intempéries da louca lucidez
Que me cobriu os pêlos no cio.
Morri ternamente para mim
Diante das luzes dos dias mais quentes...
Tive pena de tanta fragilidade,
Mas como me safar de tamanha gastura na alma ?
Como me safar se já ultrapassei as raias da entrega ?
Como me safar se já desvendei segredos nos olhos
Com essa inquietude que se abriga em meus poros e
Suscita meu instinto de fêmea fiel aos prazeres do amor ?