PAULA
Fiz de sua ausência
o meu mundo,
nele vivo mudo e,
alheio a tudo...
Aqui eu, exilado,
na inseparável companhia
do silêncio,
que tem com zelo,
disciplinado
a mentira de meu viver.
Cruel morada,
de assombroso aspecto,
mesmo assim o que ainda manifesta,
são os pensamentos,
que aventuram-se em alimentar
o desejo de reviver novamente.
Verdadeira contenda
entre o real e a fantasia do renascer,
sem que se perceba
a melodia do réquiem...
Assim, convém dizer adeus,
já não adianta mais sinalizar,
exauriu-se o fôlego da esperança,
para por termo a esta
sensível ausência de Paula...