Luvas e mãos

Luvas que se foram tristes,

mãos desamadas que ficaram ,

um abandono a postos e tão amargo

que minha dor chega a doer duas vezes.

Meus olhos choram sem esperança,

meus passos travam e nada andam,

ficam no tempo soluçando

fogem desse poema que a voz declama

e afastam a sorte.

Pago todos os tostões

para ter a felicidade revivida

e essa dor ferina longe e esquecida

e meus olhos podendo reolhar a vida

como se o amor fosse-me a única bebida

que meu coração traga.