DEVANEIOS DE UM TOLO
Tantas foram as promessas... tão lindas!
As esperanças, então... quão divinas!
Tomaram conta de mim.
Intensa felicidade...
Era isso o que eu sentia,
Ao saber que tu já vinhas.
Como pôde, portanto, ser tão cruel...
Covardemente, e com tão falso mel,
Banhar meus sonhos assim?
Se, só querias a carne,
Só querias, na verdade,
fazer-me muito infeliz!
Tão covarde esse maldito,
Que já não suporto o castigo
De estar em seus braços, outra vez!
Tão cego e tão alienado,
Que nem se dá conta, o ingrato,
De sua própria insensatez...
Pois só um insensato trocaria
Sinceros sentimentos, por apenas sexo.
Só um tolo desperdiçaria,
Tanto amor verdadeiro, tanta paixão!
Potanto, como posso, meu Deus, aceitar
O uso do meu corpo, sem que me pasme,
Assim, horrorizada, ao constatar
Que ele esqueceu meu coração?
Como fazê-lo entender? como não me revoltar?
Se o amo tanto e não passo de apenas carne,
Por que tinha, então, de amar?
Como fazê-lo deixar desse proceder tão louco,
Se mais vale a pena ter-me por completo,
Já que é assim, tão prisioneiro do meu corpo?!