Introspecção - quase poesia...

Uma névoa cinza, cobre a cidade, como um manto de tristeza...

Os pássaros, silenciosos, se encolhem

Friorentos, sob a copa das arvores.

Em dias assim tudo se internaliza...

É o momento do amor suave, quase preguiça,

Das tardes sonolentas, do desejo sem arroubos, mas contínuo.

Do caminhar solitário, ou a dois...

Do esconder-se nas salas de cinema, ou nas casas de chá.

De ficar em casa ouvindo blues, acompanhada

De um bom livro, e de alguém especial,

Que fale apenas o indispensável,

Mas que seja pródigo em carinhos...

Para aqueles mais afoitos, o caminhar pelos parques,

Ouvindo as folhas que caem enfeitando de verde alaranjado,

As alamedas, sentindo a suavidade do frio

A lhe arrepiar a pele...

Ou ainda caminhar pela praia,

Pisando a areia úmida, tendo o gotejar das ondas

Que quebram sob seus pés....

Em dias como este, ficamos mais sensíveis, mais quietos e

Podemos observar em detalhes, a vida correr.

Tudo é mais lúdico (...) comer, cheirar, tocar, ouvir, olhar, sentir...

Os gestos são suaves, lentos (...) há um erotismo sutil,

No cheiro almiscarado que vem da terra.

Em dias assim, as possíveis tristezas

Transformam-se em harmonia...

Jacydenatal

Rio, 06/08/2007