Tesouro Perdido

Tesouro Perdido

Submersos em infinda tristeza,

choram os meus já gastos olhos

perdidos num verde imenso de mar.

Trôpegos, ao sabor da espuma salgada,

quais navegadores inábeis, sem leveza,

encalham em abismais atóis de escolhos.

Náufragos que se perdem por muita amar,

na busca incessante da tua imagem amada.

Com eles, vai o meu despedaçado coração,

pobre amigo errante, de parcas venturas;

Saudaso, carente, andrajoso e desvalido,

viajante eterno que almeja um tesouro.

O meu espírito, sequioso e embriagado capitão,

brutal tirano desta nau malfadada à aventura,

comanda sem arte, por rumo mal definido,

o funesto corpo até ti, minha prata e ouro.

Porém, para te conquistar a fugidia alma,

sitiada numa longínqua e inacessível ilhota,

é-me preciso, sem fracasso, retomar a rota,

em ameno tempo, maresia calma.

Se serei teu vencedor ou, apenas, teu vencido,

por desespero, já não me perturba a demente razão,

ora teu demoníaco senhor, ora teu humilde cativo,

cobrirei o teu corpo com o manto da minha paixão.

Entre batalhas, de ilusão, guerreiro perdido.

Tão só, senhor de domínio vão, assaz altivo.

Ès a minha rosa, o meu lírio,

a minha evasão, a minha dor.

O meu sonho, meu delírio,

Pelo Universo, o MEU AMOR.

Leia mais: https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=299412 © Luso-Poemas

Poeta sem Alma
Enviado por Poeta sem Alma em 06/04/2017
Código do texto: T5962999
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.