Mar discreto

 
Não saí de ti incólume,
Deixei um pouco da vida,
Levei as marcas no abdome
E um beijo de despedida.
 
Na mesma pedra eu me sento,
Pois podes voltar numa onda,
Aparecer um momento,
Antes que o mar me responda
 
Se tu me esqueceste ou me amas.
Porém o mar é discreto,
Não se queima nessas chamas,
Não fala nem por decreto.
 
O mar, às vezes silente,
Nem sequer ouvir ele ouve
A voz de um homem carente,
Que sofre o amor que já houve.

 

 

_______
 N. do A. – Na ilustração, aspecto do mar em Caiobá, uma praia do Município de Matinhos, Paraná, em foto do autor.

João Carlos Hey
Enviado por João Carlos Hey em 05/04/2017
Reeditado em 06/01/2022
Código do texto: T5962541
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.