Mínimo

No caminho para mim só há pedras.

As pessoas que amei amoleceram

até ao pó vermelho desta andança.

Sem tempo marcado

as horas são nacos de um infinito opressor.

Amarrada a mim a tua ausência dói

como uma praga.

Escuto os lobos que carrego.

Fazem-me lastro, os uivos.

Durmo encostado à sua fome e sou o que sobra

dos destroços que serão a carne podre

dos dias sem razão.

O resto é a escuridão que me protege

ou esmaga.

Edgardo Xavier
Enviado por Edgardo Xavier em 04/04/2017
Código do texto: T5961147
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