Mínimo
No caminho para mim só há pedras.
As pessoas que amei amoleceram
até ao pó vermelho desta andança.
Sem tempo marcado
as horas são nacos de um infinito opressor.
Amarrada a mim a tua ausência dói
como uma praga.
Escuto os lobos que carrego.
Fazem-me lastro, os uivos.
Durmo encostado à sua fome e sou o que sobra
dos destroços que serão a carne podre
dos dias sem razão.
O resto é a escuridão que me protege
ou esmaga.