CÃO DE RUA
Renova-se a esperança em mim,
Posto que agora eu não sou mais tristeza!
Eis quê, por foça de "sei lá o quê...
Já não sinto mais meu coração chorar!
Mas não foi tão simples assim,
Mas de uma coisa eu sei, o processo está finado,
E morto o sentimento que doía,
E já não apego-me a expectativas tristes,
E sim caminho feliz pela estrada sem expectativas!
De que adiantaria-me chorar prostrado ao leito?
Quando, o leite, a muito tempo já foi derramado?
Se for preciso deitar ao leito, cultuando tristeza,
Que seja para fazer amor com a dama da morte,
E desfrutar da paz eterna e acolhedora do jazigo frio...
Ah tristeza profunda que habitou em mim,
Foi-se embora e não volta mais,
Já a alegria que mora em mim, veio para ficar,
Tristeza e alegria, alegria!
Irmãs medonhas de extrema criatividade,
Da qual a alma dos poetas, não pode prescindir...
Candura é a face de minha alma!
Que de repente, fez-se mascara de cão veneziano!
Nela, não há mais nada que a mim amarre,
Posto que eu sou agora, cão de rua, vira-latas!
Canta, canta...
Canta, minh'alegria!
Que a tristeza foi-se embora,
Para talvez voltar um dia...