CÃO DE RUA

Renova-se a esperança em mim,

Posto que agora eu não sou mais tristeza!

Eis quê, por foça de "sei lá o quê...

Já não sinto mais meu coração chorar!

Mas não foi tão simples assim,

Mas de uma coisa eu sei, o processo está finado,

E morto o sentimento que doía,

E já não apego-me a expectativas tristes,

E sim caminho feliz pela estrada sem expectativas!

De que adiantaria-me chorar prostrado ao leito?

Quando, o leite, a muito tempo já foi derramado?

Se for preciso deitar ao leito, cultuando tristeza,

Que seja para fazer amor com a dama da morte,

E desfrutar da paz eterna e acolhedora do jazigo frio...

Ah tristeza profunda que habitou em mim,

Foi-se embora e não volta mais,

Já a alegria que mora em mim, veio para ficar,

Tristeza e alegria, alegria!

Irmãs medonhas de extrema criatividade,

Da qual a alma dos poetas, não pode prescindir...

Candura é a face de minha alma!

Que de repente, fez-se mascara de cão veneziano!

Nela, não há mais nada que a mim amarre,

Posto que eu sou agora, cão de rua, vira-latas!

Canta, canta...

Canta, minh'alegria!

Que a tristeza foi-se embora,

Para talvez voltar um dia...

ELIZIO GUSTAVO MIRANDA DOS SANTOS
Enviado por ELIZIO GUSTAVO MIRANDA DOS SANTOS em 03/04/2017
Código do texto: T5959928
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