Desatino...

Hoje nem te olhei.
Meus olhos turvaram-se na lágrima
E nem te percebem mais.
Que desatino esse amor ingrato!

Nem tua sombra sinto.
Imagina buscar na memória
Como era o teu sorriso,
Teu gesto mais contente?

Ah, quedei-me
Sem vigor, perdi o sonho
E esqueci o caminho  tortuoso
E em lágrimas lavei minh'alma...

E sem os sonhos eu sigo...
As tormentas amargas se foram,
E vou tropeçando nas torpezas
De um vazio dilacerado...

E na minha insanidade
De uma dor desatinada
Perdi teu riso,
Teu gesto mais contente,
Que minh'alma tanto vislumbrou!