Lembranças mortas que me dão vida.
Saiba
que se você
Não quer ficar,
Não faz falta
você ir.
é tão mínimo, tão frágil
O fio que delimita o ser e estar,
que somente um acorde grave do silêncio
Já basta
Para que as lágrimas suicidas
Saltem do prédio de seus olhos.
Dói
A separação
Do corpo
E dos desejos,
Olhos fechados
e a pele nua
que naufragam nas horas mortas
Do sol e da lua.
- e é tão frio o inverno que amordaça a esperança -
A promessa já não tem mais voz
O adeus que não se pronuncia
Recorre aos latidos
Que acariciam a morte
- quando se fecha os olhos e apagam-se as luzes...-
O relógio
Vai inverter
Os soluços
E,
Já,
Já passou.
A seus pés
as memórias que insistem em ficar,
E as lembranças da madrugada
Foram as mais difíceis de matar
E as que mais doeram.
Lembranças mortas que já me deram vida.