O MAIOR TESOURO
Podem os clamores dos ventos anunciarem mudanças em um velho mundo,
E a claridade do sol se inclinar até ti para iluminar os seus passos,
Podem os pés caminharem por um tapete de pétalas e sentir seu perfume,
Uma constelação enfeitar sua noite particular,
Podem as chuvas regar todas as suas sedes,
E a brisa refrescar todos as suas febres,
Pode um homem voltar da guerra sem feridas,
E os anciãos terem tantas vitorias quanto os seus fios de cabelos brancos.
Mas o que isso adiantaria a um homem,
Se no fim de tudo não tocasse um coração,
Tudo seria em vão...
O que seria de um homem sem sentir a conexão de duas almas,
Que faz sentir senhor do tempo na constância de um abraço,
Sem se importar com o que houve no passado, como é o presente ou será no futuro,
Tocando uma nota que a teoria não ensinou,
Mergulhando na genuína beleza da vulnerabilidade de uma entrega, e sem reservas se entregar,
Sentindo-se protegido pelo aveludado doce de uma alegria que não se pode explicar,
Ultrapassando todos os limites do compreensível,
E entender que nada será em vão se finalmente tocar um coração.
E se sentir um homem completo,
Quando finalmente tocar um coração,
Nada seria em vão...
E desejar a cada manhã o doce pecado de um beijo,
Como a maçã mordida no paraíso,
Aquecendo as extremidades do corpo,
Como sol de meio dia no céu azul do verão,
Decifrando cada caminho por onde correm as veias,
Liberando a volúpia como a intensidade de um mar de ressaca,
Sem controlar os espasmos frutos dos deleites,
Para que ao fim não falte mais nada, pois o maior tesouro conquistou.