E quando não mais tiveres abismos assombrando os passos,
não mais me percas
E então venhas com a respiração leve,
a língua doce e o olhar infundido
Sentes-te ao meu lado, escorregadio sobre o ombro,
inflamando sobre o peito os beijos apertados que guardaste
dos olhares do mundo, como um poema a morrer na boca
E as mãos, ahhh as mãos... em seda pura,
para o altar do meu corpo onde só o teu nome respira
E deixes... deixes que o sol mude de lugar, infinitas vezes,
até que não mais se saiba do espaço entre os lábios
[ e ainda assim, meu amor,
a saudade não teremos quitado ].