Tu És Sem Ser

Ali a beleza não era para ver.

Tinha jeito, força e bravura.

O que tocava partia.

O que não destruía amava,

com a boca, a língua, as unhas e os dentes.

Não fora a melodia que escapava ao caos

e a beleza que não se via, não se sabia,

não seria cais para o meu barco inteiro,

memória de alguns caminhos,

travo acre de bons vinhos,

amargura como entrada numa luta surpresa.

Na verdade, tu és sem ser uma beleza.

Edgardo Xavier
Enviado por Edgardo Xavier em 28/03/2017
Reeditado em 28/03/2017
Código do texto: T5954033
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