NEBLINA DE AMOR
Vendo o vento soprar
Naquele esforço desconhecido,
Somos partículas jogadas ao ar
Em belos tempos queridos.
No néctar da flor de primavera
No orvalho daquele inverno
Ainda somos o sonho da terra
Com seiva farta nos regatos da vida.
A instantânea maneira de ser
Na vulnerabilidade da carne alucinada
Pela força do desejo do corpo
Que nos faz soluçar
E pensar em plena madrugada
Sobre o nosso amor escaldante
Que aquece todo o tempo e lugar.
Mergulhando no fundo da alma
Ou afagando pétalas de flores
Vertiginosamente o húmus fecunda a terra,
Que faz florescer cada vez mais
Nossos amores.
A neblina de amor em sinos
Tocando fundo o coração,
Faz o silêncio pulsar,
Em gemidos de galhos secos,
Nos rostos transfigurantes.
Tangará da Serra - MT, 2001.