Musa Obscena
Barroco, cubista
Introspectiva trama
Narrativa intimista
Que seu sorriso delirante, gama
Na cama, sofá, chão
Me passa feito furacão
Marca mais n’ alma que na pele
Lampejo ardente que repele
Menina, mocinha
Florzinha no cabelo
Faz tipo mulherão
Avião rumo ao céu,
Planejada a pincel
Cujo papel rasguei em pedaços
Pequenos cacos de mim...
Jasmim suave,
Veneno em doses homeopáticas
Suas conversas simpáticas
Operações matemáticas, surreais.
Curvas esculturais...
Suas mãos que tercem sem demora
O véu entorpecente da aurora...
Bendita seja tu entre todas
Quase santa, nada boa...
Todo meu eu é parte do teu
Bendito seja o deus que nos perdoa...
Por pecar de amor...