MINHA NAMORADA AMADA

A minha boca fechada, a minha mente calada,

Gosto do momento do nada, da vida parada,

De uma época passada, que a gente tinha namorada,

A moça recatada namorava na calçada

De saia rodada toda enamorada

Pela mãe era vigiada, e o pai era uma parada,

A mãe na parede encostada, o pai com a espingarda preparada,

Qualquer bolinada vinha àquela torcida

A velha engasgada, e a filha sufocada,

A gente com a mão gelada, e a moça espiritada,

Se inspirava na noite estrelada, e romanceava com a lua prateada

Esperando ser beijada, estava desconsolada.

Porque como a mãe ali parada ficava frustrada,

Mas quando a velha dava uma cochilada, a moça acalorada,

Vinha para nossos braços de rebolada, em pé empinada,

Obstinada e desvergonhada

A hora era chegada, agora era tudo ou nada.

A boca carnuda beijada

A vergonha desnuda, a alma lavada,

A recompensa da esperada se encerrava nos braços da amada.

A volta da velha acordada reparava na roupa da filha amassada

E toda descabelada, a velha me dizia que a hora era chegada.

Não tinha despedida, a velha me mostrava à estrada.

E de volta para casa na estrada pela lua iluminada

Na minha égua montada, eu delirava na cavalgada,

Dava risada e sonhava com a amada...

Ricarlosmelo
Enviado por Ricarlosmelo em 20/03/2017
Código do texto: T5947078
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