O revoo do poeta
Traga-me de volta o arco-íris.
Abraça-me forte no leito.
Sem vento, sem tempestade,
sem cor, abraça.
Traga-me os dias de amor
que ainda não tive.
Sem luar, sem a escuridão
da praia, dê-me amor.
Traga-me os beijos que faltam.
Sem horário, sem localidade
e os quilômetros da estrada.
Devolva-me a senda de luz.
Traga-me o que eu quero,
a galope, a pé, de carruagem,
pelo deserto ou voeje.
Adeja o ar, a poeira, a vontade
de querer para que eu
torne a revoar.
Busca-me no olhar, de banda,
de noite, no claro, no versejo
destas riscas.
Faça-me de versos e me tire
deste mundo sem aquarela.
Me atire nas mãos do poeta, com
um começo e sem fim...pra eternidade.