LUXÚRIA

Não posso pensar em beijar a boca de uma mulher,

Se não for para possuí-la por completo,

Abrangendo-lhe todo o espaço entreaberto,

Misturando nossas salivas numa sopa de prazer...

Segurar seus pelos negros, castanhos, loiros,

Como única crina de uma égua de galope largo,

De ancas forte, de um odor moralmente irresistível,

Que me faz achar você pelo cheiro, de amor, de prazer...

Beijar o tendão dos pés,

A nuca e depois de chupar gelo,

Tocar com a língua gelada teu pulso, mamilos...

Beijar tua nuca,

O lóbulo de tua orelha,

E depois riscar minha língua,

Longitudinalmente até as dunas Saarianas de tuas nádegas...

É só o início do céu, do inferno, do prazer,

O corpo e a alma da mulher amada,

Não guarda degredos,

Quando goza a carne, goza a alma...

Se envergonhando depois,

Procura roupas que não existem para vestir,

Enquanto o corpo jaz morto de exaustão, transbordando de prazer...

Não exija de mim o pudor dos monges,

Deles, no máximo, copio a roupa larga que esconde o volume indiscreto,

Sou sexo, quero teu sexo, sou amor, quero seu amor...

Em números pares, ímpares, participando, assistindo...

Mas nunca traindo...

ELIZIO GUSTAVO MIRANDA DOS SANTOS
Enviado por ELIZIO GUSTAVO MIRANDA DOS SANTOS em 17/03/2017
Código do texto: T5943443
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