Fios
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Nas longas noites de solidão e desespero,
o uivo do lobo clama alto e em sua dor,
despe meus véus e mostra o que dilacero
- traz o coração nas mãos, frio e sem cor -
Em meu caminho de solidão e desespero,
quedo e busco a última estrela cadente
a que regenere sua carne que tanto ulcero
com a falta do toque e na minha voz silente
Em seus desvios de solidão e desespero,
segue o lobo mordendo a própria carne,
como se nesse louco margear de destempero
pudesse arrancar a vida, num desencarne
Pelas minhas rotas de solidão e desespero,
sinto o amargor que não mereço e que me dói,
como pudesse, na loucura do meu desterro,
abraçar o seu mundo e mitigar o que o corrói
E nesses tantos dias de solidão e desespero,
o sol continua a nascer e as estrelas brilham
como a dizer que o tempo está só em espero,
- nas linhas na palma, enquanto eles trilham -
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