Ó meu coração que bate, que espanca,
Ó meu coração que bate, que espanca,
Diz-me para mim se tenho o amor dela,
Se terei eu tal bem-aventurança,
Se serei eu feliz servo da bela.
Diz-me para mim, no peito que sangra,
Se poderei dar minha vida a ela!
Na cama, deitado, só, desgraçado,
Mirando ao teto que não me diz nada,
Olho ao meu peito vermelho, sangrado,
Pergunto a ele, ela é minha amada?
Diz-me, coração, diz-me, diz-me rápido:
Haverei um dia de desposá-la?
Deus colocou um parasita em meu peito
Que traz perguntas e veta respostas;
Eu nunca sei se tenho chance mesmo
Ou se entrarei ao grupo de idiotas.
Ó meu coração mentiroso e vesgo,
Quando me apunhalarás pelas costas?
Na cama, deitado, só, desgraçado,
Eu não faço ideia de meu destino;
Poderei eu ter a vida ao seu lado
Ou tomarei gosto pelo suicídio?
Ai meu coração que apaixonado
Não tem acordo nem mesmo consigo!
Continuarei a jornada incerta
Em busca por seu amor, carinho -
Mesmo com este coração que aperta
Abrir-me-ei para tê-la comigo.
E mesmo com a minha alma inexperta
Eu terei dela da vida o sentido.
15/3/2017