CATAVENTO
Ela não era mais que simples brisa!
Sussurrava leve coisas do dia a dia
Vez em quando um toque de mãos. Quase sem querer...
Entre as horas do dia um soslaio de olhar
Um quê de sorriso (desses que a gente nunca sabe a intenção)
Me pedia coisas...me roubava a caneta
Meu olhar cruzava o dela todo dia
Desapercebidamente, dela, nunca faltava palavra
De um banal até amanhã ao abraço apertado de aniversario.
Aos poucos...
Feito o tic tac do tempo, eu fui percebendo. retribuindo
Sonhando.
E o meu olhar começou a descansar no dela todo dia
Ela já passou a ventar mais em mim
Já não me bastava sussurros. E eu pedia –repete?
Se os toques sutis demoravam, eu cuidava logo de me esbarrar
E já não havia mais ponteiros de relógio que pudessem marcar o tempo.
De sorrisos, Deus! Eu me escancarava
Em minha mesa, as canetas já eram duas
E nosso olhar passou a cruzar o dia a todo instante
Então pensei...
Porque buscamos tanta complexidade?
porque queremos de alguém mais do que se tem?
porque?
A gente acorda e nem nota as coisas simples do dia.
E seu eu puder acabar...
Entre nós já era amor
“ e eu nem sabia”