CATAVENTO

Ela não era mais que simples brisa!

Sussurrava leve coisas do dia a dia

Vez em quando um toque de mãos. Quase sem querer...

Entre as horas do dia um soslaio de olhar

Um quê de sorriso (desses que a gente nunca sabe a intenção)

Me pedia coisas...me roubava a caneta

Meu olhar cruzava o dela todo dia

Desapercebidamente, dela, nunca faltava palavra

De um banal até amanhã ao abraço apertado de aniversario.

Aos poucos...

Feito o tic tac do tempo, eu fui percebendo. retribuindo

Sonhando.

E o meu olhar começou a descansar no dela todo dia

Ela já passou a ventar mais em mim

Já não me bastava sussurros. E eu pedia –repete?

Se os toques sutis demoravam, eu cuidava logo de me esbarrar

E já não havia mais ponteiros de relógio que pudessem marcar o tempo.

De sorrisos, Deus! Eu me escancarava

Em minha mesa, as canetas já eram duas

E nosso olhar passou a cruzar o dia a todo instante

Então pensei...

Porque buscamos tanta complexidade?

porque queremos de alguém mais do que se tem?

porque?

A gente acorda e nem nota as coisas simples do dia.

E seu eu puder acabar...

Entre nós já era amor

“ e eu nem sabia”

luis lopes
Enviado por luis lopes em 10/03/2017
Código do texto: T5937138
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