DIGNIDADE E BELEZA DO AMOR

Eu sou morena, ao se apresentar, diz ela
Do sol tisnada, porém, bela
Mulheres de Jerusalém! Continua:
Olhando para minha cor, não fiquem
Não tive tempo de cuidar de mim...
Escura como as barracas do deserto
Como as cortinas do real Palácio
Foram meus irmãos, que comigo se zangaram
Fizeram-me trabalhar nas plantações de uvas
Na canícula, me deixaram a tostar!

Diga, meu amor! Pra onde é que conduzes tuas ovelhas?
Onde as levas às pastagens? Em qual lugar?
Do descanso ao meio- dia, o local
Poupa-me vagar a tua procura
Entre as ovelhas de outros pastores
Num dia quente, num clima de horrores
Melhor, naquele oásis, com sombra e água pura!

A dica, vou te dar, rumo a seguires
És a mais bela de todas do lugar
Siga as ovelhas dos outros
Quando chegar, dês comida aos teus cabritos
Perto das barracas dos pastores
Tens a beleza dos animais da carruagem do Faraó
A comparação é valida, não perca a pose
Não se amofine, aonde tu fores
Teu rosto é lindo em meio às duas tranças
Formoso o teu pescoço, com lindos colares
Faremos, logo, pra você, querida
Corrente dourada, de prata permeada!

(Baseado em Cânticos dos Cânticos - De Salomão 
ou para ele, não se tem certeza...)

Sobradinho-DF, 050707- abello