Amor doentio
Ontem eu o vi de novo.
Seu cabelo tão preto como nunca antes.
Meu coração quase pulou do meu peito.
Ele não sorriu para mim como sempre fazia.
Será que não sentiu vontade?
Será que não me viu?
Não!
Ele me viu.
Eu sei que viu.
Será que já virou a página?
Será que conseguiu o que tenho tentado há tanto tempo?
Eu não virei à página.
Só rabisquei algumas linhas.
Como aquelas do nosso adeus.
Eu te vi ontem.
Você estava diferente.
Mais sério.
Carrancudo!
Queria tanto poder te tocar.
Te consolar.
Mas sei que se fizer isso estarei novamente me jogando no abismo.
Amor doentio!
Ainda sinto o gosto do seu beijo.
Salpicado de rancor e desejo.
Um gosto que jamais sentirei em outras bocas.
Um gosto que tanto me faz falta.
Amor sacana, perverso e inquietante.
Amor que engana!
Que burla, massacra e espezinha.
Amor bacana!
Amor sacana!
Amor doentio!
Amor que mata e dá a vida.
Amor doentio!
Sua imagem do meu coração eu vou arrancar.
Nem que para isso terei que arrancá-lo junto.
De você não quero mais lembrar.
Não quero mais recordar
Esquecerei!
Esquecerei tudo o que houve entre nós.
Esquecerei teu nome, tua cor, tua aparência.
Esse amor doentio de mim vai sair.
Nem que para isso eu deva sair.