NOITE ADVERSA

Por que essa mágoa

que sempre deságua

no fundo do olhar?

Que fecha cortinas,

encobre as retinas,

é canto de mar.

Que fere o orgulho,

eterno mergulho

em outra estação.

É a falta de sono,

o frio abandono,

no amplexo perdão.

É que toda mágoa

no espelho das águas

serenas do mar

refaz-se em poesia

como a ventania

no espaço a brincar.

Desfolha a vingança

garimpa a esperança

e despida de dor,

dorme submersa

na noite adversa

num tempo sem dor.

Marilia Abduani

Marilia Abduani
Enviado por Marilia Abduani em 06/03/2017
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