Despeço-me de ti noite.
Porquê?
Teus sonhos me acenam.
Não tem saudade.
Na janela nenhum bem-te-vi.
Não vejo mais o que tem lá fora...
As cortinas oscilam.
Os olhos procuram o que não
existe mais.
Mas no coração é morada, chão,
porto, segurança.
As folhas se espalham em volta da casa.
Pirilampos rutilam, gafanhotos crepitam.
Num estalar de dedos, o mínimo de ti, supri.
O pó embaça a vidraça.
Não vejo mais o que tem lá fora...
Então deito-me, e o teus sonhos
ainda me acenam.
Escusa! Demito-me de ti ó noite!