Sentinela

O sol vigia as sombras, vida à morte

E nos dias de chuva

escondeu-se para que em pingos

O mundo ao meu redor se limpasse

Pessoas corressem

E do mesmo calor

Compartilhassem

O amor por muito espiou-me pela janela engilhada da chuva

até o dia em que viesse a bater à porta.

Por ver-me distorcido na vitrine

A incerteza era de fato, certa. Não sobre aquilo

Mas sobre isso

Minha reação não fora tão obtusa como se dizem aí

os amantes de primeira mão.

Talvez estivesse ali diante de um velho conhecido,

sob a figura de nova representação.

Amor, tão chato amor. Perturbante da razão e do maestro silêncio.

O tempo que permaneci calado foi o suficiente

para que

em tanta razão

A vida me desse

Em reconstrução

A perfeita chance de estar enganado.

Por isso, se te amo hoje

Guio-me pela bússola do incerto

Por isso, se te amar pra sempre

Vejo que a minha astúcia não se fez tão perto.

RNetto
Enviado por RNetto em 04/03/2017
Reeditado em 04/03/2017
Código do texto: T5930243
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