Chuva

Observo as gotas da chuva

Martelando transparentes

Tamborilando o asfalto

Varrendo como um pente

A calva da rua

Poderia chover para sempre

Vejo os calorosos abraços

Do arroio e da sarjeta sedenta

Vendo as cortinas de vidro

Imensas, que o vento balança

E o firmamento ostenta

Sustenta

Poderia chover para sempre

A gente suporta, a gente aguenta

Aspersão interminável

Febril digitação

Mas dico eu feliz

De verdade

De coração

De estarmos abraçados

Aquecendo a mim e a ti

Podia chover para sempre

João Antonio Heinisch
Enviado por João Antonio Heinisch em 04/03/2017
Código do texto: T5930161
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