PASSARINHO TRISTE (A Donzela Rute Maria)

POEMA PARA A DONZELA: Rute Maria as letras são minha vida

PASSARINHO TRISTE

Com o bico nas grades frias

Ele vive só,

com tristeza respira o barulho da casa.

Na televisão passa notícias do além...

Sem mais gira sol

a noite é fria e rústica,

no jornal da noite assassinatos e violência...

O passarinho é velhinho e pobre

o passarinho é verde,

não tem mais amigos, não tem mais raiva...

Só esquecimento.

A gaiola é velha e suja

e a vacina está na fila de número vinte e cinco...

Na pista de loucos o guarda de trânsito dá passagem as áves com

bondade.

O louro tá com fome

o louro contempla a pobreza da família

onde está Luci?

Onde está o pão d'água?

A noite é preguiçosa e

mortes acontecem o tempo todo...

É oito horas

e as próstitutas dormem na cama

dos adúlteros,

o passarinho verde é táo calmo...

O passarinho verde é um anjo...

Roberto Carlos canta à Jesus Cristo...

Meu amor é amortal?

Imortal é e são as traíções do nosso tempo

pois na tumba do virgem acordará os leões

os leõezinhos de Redenção...

de Guerras no Brasil

e guerra na atmósfera de Marte...

Está chovendo

muita lama nos olhos de Saturno

quando morre um Temer é eleita sete mil Dilmas

pois o Brasil no verde do passarinho triste

é esquecimento da epopeia de tolos.

Onde Jesus vive?

Onde mora dona Silvia?

Onde vive o Rei Carlos CLXII?

Onde?

Não sei somente durmo

durmo o sono dos leopardos...

Passarinho verde e triste é o contemplador...

A gaiola preta de histórias...

O passarinho que come poeiras da aurora

do crespúsculo dos mortos.

Pois hoje e eternamente

não será visto o luar

o luar de bruxas feias e más...

Existe beleza em Redenção...

E em Acarape um louco desejo de cantar-te

sintemos o amor de Pacotí

no longínquo fogo dos

mártires de um adeus,

de um triste adeus do pobrezinho passarinho,

sem plumas ele...

Ele chamego de poemas

de ave estimada por

crianças mortas,

de sonhos da natureza flertando com

cheiros do arroz cru.

Meu amor não é formoso

meu ódio não é perfeito

meu amor é sarça a queimar singelezas

de nenhuma sacra perfeição...

Tira as sandálias dos pés

tira o cisco da alma

tira o sangue do corpo

tira o desamor dos olhos

tira os sonhos da taça

o passarinho é triste.

O pobrezinho passarinho

espera a morte...

Seu bico encostado na grade

lamenta os sonhos de um incompleto de risos

azul.

No chão da pobreza

na dor dos piolhos da aranha

muitas lágrimas em dona Fátima...

Pois Japônes não quero falar...

Que as baratas

me deixem em

paz...

Pois em Redenção

Morreu

Morreu uma donzela na névoa.

Simples é pensar

que tudo é

uma só verdade...

Uma só verdade os grilos cantam

e neste ruim cantar,

as vacas dormem

Dormem

Dormem

Dormem

Dormem elas...

Os pesadelos de março

até chegar

o natal de Portuguesas nuas

nuas na praça

na praça

... Do obelisco

salve Dilma Rossef

salve o Povo brasileiro

salve a Alemanha...

O pobre pássaro verde

dormiu no cheiro

no cheiro dos olhos verdes

dos olhos verdes oceânicos

dos

olhos tristes e verdinhos

de mical

na cama deste poeta

com medo

do juramento

de cem ninfas

no coração...

De rebelde Absalão.

E se o Lula ganhar as eleições

este meu escrever

do Inferno

lembrará novamente o desespero

o desepero de Redenção com

Bandeiras de

cinzânia

dos famigerados

do adentrar o

paraíso...

Em Acarape

o povo verá!

Em Baturité

Escrevemos uma mítica

uma mítica de adolescêntes nus...

mas vestidos de moral

serrana

de onde vem as rosas

do mosteiro?

Se não

das aranhas que morrem

no orvalhar

deste meu amor

pelo maciço.

Maciço...

Maciço.

O maciço das borboletas nuas...

Nuas...

Nuas borboletas...