ORVALHADA
ORVALHADA
Quando a noite silencia,
A manhã, em orvalhada,
Traz o anúncio da poesia
Que provém da madrugada
É o murmúrio que o poeta
Ouve dos hinos da vida
É a guerra apaziguada
Luz de estrela, refletida.
Abre o caminho com o braço
A semente da esperança
O suor rompe o cansaço,
Volta a alma a ser criança
Quem abre as asas e sonha
Desintegra a tempestade
Faz da voz um instrumento
No resgate da coragem
Cada traço do caminho
É o repente da ansiedade
Ninguém é feliz sozinho
Quase nunca é muito tarde
Fica a relva mais perfeita
E o vento bem mais forte
Se a alma se enfeita:
É o amor vencendo a morte.