Quando as noites dimanam cobiças...!
Eu não posso nem imaginar e agora, justamente agora, me arrependo, com uma cara de idiota, sem qualquer defesa ou testemunha, porque eu não deveria fazer, mas o fiz; justamente o que ela jamais pode esperar...
E agora, aqui nesse alcoice, sem a menor emoção, fazendo poesias numa mesa fria; a espera de alguém que se pareça com ela; para pagar, um grande erro vulgar; é tudo que eu posso confiar...
Mas irei sim ter um momento amador entre a cupidez e o término de uma garrafa do pior escocês; e quando tudo isso terminar, sei lá...! Será que eu conseguirei me achar; nem que saiba outra vez, como agora, no meio do mar?
Eu nem me importo se minha cara denunciar; se o meu corpo revelar; ou se meu coração por si só, parar! Eu nem me importo se alguém reclamar, mas os seus lábios inolvidáveis, até hoje, depois deles; não pude sentir jamais, beijos com cenas tão reais...
Do que adianta se arrepender, quando uma música me leva de volta a vê-la, muitas vezes se despindo, para proteger seu corpo; a mesma canção que diz que só estou sendo sincero, como nunca pude ser; à espera de tê-la mais uma vez, aqui ou em qualquer outro lugar; desde que o tempo não me seja atroz; e me faça sentir, não eu, mas nós...!
Carlos Henrique Mascarenhas Pires