VIM...
Vim, abandonando passos rasos no caminho, eram meus rastros,
A imagem das flores que tentavam meu olhar, minha mão não perdoou e uma retirou,
Aos poucos soltava suas pétalas que deslizavam pelo vento até tocar aquele seco chão,
Para lembrar pelo caminho das cores e dos perfumes que lá abandonei.
Vim, levantando a poeira que não incomodava tanto quanto a velha lágrima já incomodou,
Desfazendo embaraços, livrando dos pesos, ensaiando com a corda encardida novos laços,
Lá do passado alguns atrasos não simbolizavam mais tempo perdido,
Lugar de lembranças, que sorriam para quem resolveu não parar.
Vim, por um caminho onde o desconhecido e o novo cortejavam o coração,
E o medo já não era minha prisão, e os desejos criavam asas,
Vim, porque ouvi que do outro lado se escondiam os sonhos,
E eu que tanto havia caído, ainda não estava convencido que deveria estagnar.
Vim, imaginando que se eu fosse Deus, giraria essa roda dos sonhos,
E criaria um paraíso secreto onde não nos pudessem achar,
Onde os beijos e os sorrisos seriam apenas seus,
Mas isso é fantasia, então venho para criar esse paraíso em seus abraços.
Vim, de onde o sol já não clareava sem queimar, apenas fazia arder,
De onde a casa não abrigava e o coração se sentia perdido,
E neste caminho de mato rasteiro nas laterais que liberavam um cheiro suave ao ar fresco,
Reinventei todos os anseios, e construí um ninho de quimera para esse amor habitar.