BELEZA E FLOR (o suícidio de Ledah)

PARA AS DONZELAS: Mary Nayara Gouveia e Sandy Costa Lima e Beatriz C. Bandeira e Seungmy Oppa

BELEZA E FLOR

Mulher bonita,

de olhos a tristeza

mesma tristeza de um anjo.

A mulher olha o horizonte...

E o horizonte lhe ver, lha ver nua.

Mui bela seresta na fala um canto

um cantar sereno de ninfas,

de um belo sonho em ninfas se desfaz.

Pobre donzela de beleza

que perdida cai

e caindo morre, morre em flor do longo adeus.

Adeus meu no imaginar...

Pois a vida acaba na noite de um reles luar meu

eu ti percebo,

percebo o cheiro do mel

que nada nos sonhos se refaz...

Sonhos do feminino cruel de dor

nunca esse mesmo querer

um desejo mal

das flores meu fim roubar.

Beleza da dona imortal...

Imortal canção dos anjos negros e loiros

dos anjos feios e feios...

Dos sonhos em ti ganhar

posto que o amor morre,

renasce o morto poétizar-te.

Mui dama das líricas ninfas nuas

mulheres fazendo amor com mortais,

mortais embriagados de silênciar-te

no vinho o gozo proíbido.

Pois não em ti por querer-me tu apenas,

a loucura insiste em nós

o irreal lutar.

Posto que flecha da beleza e flor

matar-me-á teu prazer,

em poesia cantar.

Nunca um anjo fez amor no leito da paixão

porquanto amor,

por proíbido em si raízes cruas...

Fazerá da quimera de rainhas

Uma tristeza nos contos meus,

tu em mim arrebatar.

E me leva ao impossível

Pois em amores do sumo gozo

dos gozos de um beijar-te

Faz disto tudo um pobre tolo,

teu amor em nós a lua em ti contemplar.

Pois ao contemplar a tua beleza

jovem moça do não querer meu,

em loucura de pássaro sem ninho

eu durmo,

sono em ti

por jogral decisão da velhice na alma minha vida é flor amarela silvestre

Que regada

regada será pó

a se dissipar nas Orlas do véu virgem,

quando a mesma donzela

me diz um adeus...

As lágrimas,

as ricas lágrimas...

Do ser meu teu,

sou...

Afã.