PUNHAL ASSASSINO
Fiz do meu coração
uma única peça maciça
totalmente em bronze,
onde entalhei sua figura
para que ela ficasse inapagável.
Busquei inúmeras galáxias,
para decorar seus sonhos.
Colori com pedrinhas de brilhantes,
todos os seus caminhos.
Dei-lhe um lindo vestido noturno,
todo confeccionado com fios capilares,
de ouro, platina e prata...
Sempre lhe desvelei total atenção,
e se lhe dirigi algumas palavras,
estas eram antes, selecionadas,
com muita atenção e carinho.
Procurei sempre palavras de conforto.
Mais flexíveis aprazíveis e claras.
Fiz do meu pranto a chuva suave de verão,
para acalentar seu sono com tranqüilidade.
Busquei o azul do céu para cobrir-lhe as noites,
como um manto repleto de estrelas.
Você, porém, não entendendo minha forma de amar,
deu-me a ingratidão de um punhal assassino,
cravando em meu peito uma profunda dor.
Expulsando-me de sua vida e de seu coração.
Fazendo-me vagar como um barco esquecido,
em alto-mar, sem velas e sem lemes.
Perdido em tempestuosas noites de solidão.
em total abandono, amargura e dor.
E sem ter onde me aportar, deixo me levar,
pelos ventos frios dos desenganos,
onde cego de amor, vou morrendo no obscuro,
sem ter o farol de seus olhos,
para me direcionar nos mares da vida.
Nova Serrana (MG), 26 de novembro de 2007.