FRIEZA
Uma das coisas que mais me deixa triste nesta vida
É ter que deixar ir aqueles que amamos
Deixar partir aqueles que são parte de nossas carnes
É vê-los sem folego, sem olhos e sem foco
E enterra-los...se diluírem como gelos no copo
Dói... Mais dizem que a vida continua... Nua!
Na rua nada despista nossa loucura
Os carros passam, buzinam, aceleram
Os ossos são iguais pra todos...
Mais cadê seus rostos na minha memória...
Até quando se desfigurarão?
Tudo no meu peito se incinera
E cadê seus rostos na minha história?
Por mais que tuas lagrimas me invada
Um oceano inteiro me afoga
Não é sentida pelas estrelas por que
Ao contrario da luz do sol que cega
Ainda é negra a madrugada que tudo desova
Solitário é meu nó
Meu dia se dilacera
Sinto pegadas já sentidas e percorridas por outras pessoas
A vida passa como uma cera quente rasgando os Pirineus
Qual faca afiada quente passa na manteiga congelada
E hoje a caça sou eu que me sinto no cio!
Sofrendo calado e imerso na lágrima da mulher amada
Que na cama fingindo-se de morta... Gemeu... de frio.