MINHA ALMA MARINHA
Quando eu olho o mar bravo,
Eu sinto medo da tempestade dentro de mim,
Eu tenho gritos guardados do fundo do mar,
Que minha alma que há tempos quero soltar...
Eu sou como o mar,
Em alguns momentos calmo e cristalino,
Em outros, feroz e incontrolável,
Como se fossem ondas gigantescas,
Sacudindo e brincando com petroleiros e plataformas,
Como se fossem caixinhas de fósforos...
Eu sou como o mar,
Há momentos que sou pura alegria,
Em outros melancolia...
Minha alma é como o mar,
Tem momentos de cheia e de vazantes,
Que se revezam entre si,
Num ciclo natural do homem,
Do mar, da alma...
Minha alma é abissal,
Como os locais mais profundos do mar,
Embora nela nada se possa ver,
Está cheia de vida,
Que poucos, muito poucos, conseguem ver...
Nela guardo segredos,
Como velhos barcos naufragados,
E sepultados no fundo do mar...